Feminismo versus femismo: uma reflexão sobre a reportagem dada pela Juliana Paes



Oi pessoal, bom dia! Ontem fiquei meio chateada com uma reportagem que a atriz Juliana Paes deu à revista Veja sobre o feminismo. Não encontrei sororidade alguma naquela entrevista e percebi alguns equívocos tanto da parte da atriz quanto da revista e da mulherada que saiu compartilhando. Nunca gostei de títulos porque eles reduzem as pessoas àquilo, no entanto, quem se intitula feminista não precisa deixar de usar roupas bonitas, batom vermelho e salto alto, pelo contrário, uma das lutas é a de poder usar exatamente o que se quer sem correr o risco de ser estuprada, assediada, cantada. As tais feministas lutam pela igualdade de gênero, o que não significa que se um homem cospe na rua devemos fazer o mesmo (mas se quiser, sim!). Brincadeiras à parte, o que queremos é igualdade, mas sempre respeitando as peculiaridades de cada gênero. A luta é por oportunidades iguais, salários iguais e não tão díspares, dentre outras. Mas, acima de tudo, respeito. E não, o homem não é visto como um inimigo pelo feminismo. Pense comigo: quantos homens são criados dentro de lares onde as mães reproduzem discursos machistas? Estes meninos quando crescem acham que são reizinhos dentro das próprias casas, cabendo às esposas servi-los...conhece alguém assim? Olha só a imagem abaixo, e não deve ser ajuda não! O homem não vive lá? Não usufrui dos espaços da casa? Então, nada mais justo que realizar algumas tarefas. Com relação aos filhos é a mesma coisa. A imagem diz tudo=igualdade.


Vou além, quantas mulheres são brutalmente assassinadas por homens, especialmente seus cônjuges? Quantas são estupradas diariamente e outras mulheres (da turminha da Juju Paes) que justificam o crime com base nas roupas que a vítima estava usando? Bom, acho que deu pra entender que a igualdade aqui é de direitos para TODAS as mulheres e não para as Globais que devem encontrar várias portas abertas (escancaradas), mas para TODAS, e não só brasileiras. Agora o que vi na reportagem é a confusão que a atriz fez entre os conceitos de feminismo e femismo. Aí sim concordo que não dá pra compactuar com o femismo, que pode ser resumido como o machismo às avessas e não é nada legal. São mulheres mais radicais que se consideram superiores aos homens e os vêem como "inimigos". Claro que o conceito é bem mais amplo, mas aqui procurei simplificar. Em linhas gerais, dá tristeza viu, tantas mulheres compartilharem a entrevista da atriz sem ao menos lerem o que foi dito durante a reportagem, apenas com base no título. Sabe, as feministas jamais tentarão  impedir que as mulheres curtam  a licença maternidade, usem batom vermelho (ou azul, verde, preto), salto alto, minissaia...Mas defenderão o direito de usar o que quiser, fazer o que quiser, ir e voltar, ser o quiser. Por um mundo mais justo onde todos os SERES HUMANOS: homens, mulheres (hétero,trans,bi, homo, lésbicas) sejamos todos vistos como PESSOAS e não separados em caixinhas de acordo com o gênero de cada um. É só igualdade, nada mais.Tem um vídeo incrível da Jout Jout que compartilho abaixo,  intitulado "Não tira o batom vermelho". 


Comentários

  1. Ótimo esclarecedor e didático texto. Para quem desconhece ou se nega conhecer as diferenças entre feminismo e femismo, perfeito e para homens e mulheres que insistem em propagar o machismo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada! Realmente há uma confusão entre os dois conceitos e a reprodução de comentários femistas atribuídos ao movimento feminista, que nada mais preza que a igualdade, respeitando cada um dos gêneros.

      Excluir

Postar um comentário